Paraná e União firmam convênio para modernização da Estrada Boiadeira

Obra é considerada chave na consolidação do Paraná como hub logístico da América do Sul. Convênio foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e o governador Ratinho Junior. Parceria com a Itaipu Binacional vai garantir R$ 223,8 milhões para a obra

O governador Carlos Massa Ratinho Junior e o presidente da República Jair Bolsonaro assinaram nesta sexta-feira (06), em Renascença,  no Sudoeste do Paraná, o convênio que vai permitir a reestruturação e modernização de parte do trecho paranaense da BR-487, a chamada Estrada Boiadeira.

A obra, orçada em R$ 223,8 milhões, é considerada um dos mais importantes projetos rodoviários do Paraná, peça-chave na consolidação do Estado como hub logístico da América do Sul. O trecho é parte do corredor bioceânico, ligação que será criada entre os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de rodovias que vão unir o Porto de Paranaguá a Antofagasta, no Chile.

A parceria envolve a Itaipu Binacional, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Governo do Paraná. O acordo prevê, ainda, ações da hidrelétrica na construção dos contornos Oeste de Cascavel, de Guaíra, e na reforma da Ponte Ayrton Senna, também em Guaíra. Somados, os investimentos nos quatro convênios chegam a R$ 417.388.837,93.

Em relação à BR-487, os recursos serão utilizados na implantação, reparação, restauração e pavimentação, além das obras de arte, em 47 quilômetros da rodovia. O trecho liga os municípios Icaraíma (Porto Camargo) e Umuarama (Serra dos Dourados), no Noroeste do Paraná, e deve estar pronto até início de 2022. A obra é aguardada há mais de 30 anos.

“O Paraná é estrategicamente bem localizado, no centro de 70% do PIB da América do Sul. É isso que nos faz estrategicamente prontos para ser a central logística do continente”, destacou o governador. “Mas o desenvolvimento só acontece com investimento em infraestrutura como esse, fruto desta parceria com Itaipu”, acrescentou.

Para viabilizar a obra, o DNIT, responsável pelo empreendimento até o momento, vai disponibilizar o projeto e supervisionar a execução das obras, que ficará a cargo do governo estadual.

Ratinho Junior destacou a importância do investimento anunciado pela Itaipu Binacional na Estrada Boiadeira. “Mais uma iniciativa de grande impacto no Paraná. Esse é maior investimento da história de Itaipu em projetos estruturantes, algo que passa de R$ 1,4 bilhão, e reverte para o Estado parte do lucro da usina”, afirmou.

CORREDOR BIOCEÂNICO

De acordo com a Itaipu, a BR-487 não está na área de abrangência da usina, mas faz parte da bacia do Rio Ivaí, que desemboca no Rio Paraná. Ou seja, garante contribuição importante ao reservatório da hidrelétrica.

Ainda segundo a Binacional, a obra vai contribuir com um projeto mais amplo, de criação de uma rota bioceânica. O corredor rodoviário permitirá conectar o Porto de Paranaguá, e outros terminais brasileiros, a Antofagasta, no Chile, criando uma ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

“Nenhum outro lugar tem um volume tão grande de investimentos como o Paraná. É algo que merece ser comemorado”, disse o presidente Jair Bolsonaro. “Projetos como esse vão fazer o Paraná ter a melhor infraestrutura do País, não tenho dúvida”, completou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

A interligação bioceânica prevê uma rodovia de mais de 2,4 mil quilômetros, entre Campo Grande (MS) e o porto chileno, que poderá reduzir em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Brasil para os países do Oriente, principalmente China, Japão e Coreia do Sul.

“Uma estrada histórica do Noroeste do Paraná. Uma obra que vai mudar todo o eixo rodoviário da região, possibilitando mais integração com o Paraguai”, disse o chefe da Casa Civil, Guto Silva. “O compromisso do Estado é com a modernização, garantindo competitividade a médio e longo prazo”, acrescentou.

PONTE

Outro benefício decorrente da obra é que a modernização da Estrada Boiadeira vai ampliar as condições de acesso do Noroeste paranaense à cidade de Porto Murtinho (MS), onde será construída uma nova ponte entre Brasil e Paraguai. A passagem chega à cidade paraguaia de Porto Peralta e reforça o projeto bioceânico.

Essa ponte, em processo de licitação – a ordem foi assinada em julho –, será financiada pela margem paraguaia da Itaipu Binacional. Com 680 metros de extensão, a obra está orçada em US$ 75 milhões.

A ligação à ponte, no Mato Grosso do Sul, é pela BR-267, já implantada, que será conectada à Estrada Boiadeira, no Paraná. No lado paraguaio, o governo do País investe na pavimentação de quase 600 quilômetros de uma rodovia que começa na fronteira com o Brasil e segue em direção ao Chile.

DESENVOLVIMENTO

Segundo a Itaipu Binacional, o aporte financeiro para a execução de obras na Estrada Boiadeira está alinhado às diretrizes de gestão do diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, que tem conseguido realocar recursos de convênios, ações e patrocínios, sem aderência à missão da empresa, para investimentos em obras estruturantes.

“Contribuir com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai é parte da missão institucional da Itaipu”, afirmou Silva e Luna. “E essa missão vem sendo cumprida à risca também por meio do apoio às obras estruturantes. Tudo isso com foco na eficiência da gestão e na alta produtividade da atividade fim (geração elétrica), sem aumento da tarifa de energia”, afirmou.

BOA RELAÇÃO

O governador Ratinho Junior também destacou a boa relação institucional entre o Governo do Paraná e a hidrelétrica, o que tem garantido uma série de ações no Oeste paranaense. Citou como exemplo a construção da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai, a ampliação da pista do aeroporto internacional de Foz do Iguaçu e a duplicação da Rodovia das Cataratas, principal corredor turístico do município. “Está mudando a cara de toda uma região. Temos que enaltecer essa boa relação com o Paraná”, destacou o presidente Bolsonaro.

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