Conheça os três primeiros vacinados contra a Covid-19 em Guarapuava

A enfermeira coordenadora da Clínica da Mulher, Sueli Martins Ribeiro (52 anos), foi a primeira vacinada contra a doença, em Guarapuava. Além dela, outra enfermeira e um médico receberam a primeira dose da Coronavac

“Estou honrada. É a nossa Luz no fim do túnel”, disse a enfermeira coordenadora da Clínica da Mulher, Sueli Martins Ribeiro, de 52 anos de idade, a primeira profissional da área de Saúde a receber a vacina contra a Covid-19, em Guarapuava, na noite desta terça-feira (19). Nesta primeira fase, devem ser imunizados os profissionais que estão trabalhando intensivamente na linha de frente no combate a pandemia.

Sueli dedica-se há mais de trinta anos na área de Saúde, nas segundas, quartas e nos sábados, ela trabalha no pronto atendimento e nas terças e quintas, fica responsável por colher exames de testagem. No dia a dia, a enfermeira teve que readaptar a sua rotina. Os trajes para o trabalho passou a ser mais pesados. “Nós muitas vezes passamos calor, usamos duas roupas, além da nossa capa para evitar a contaminação, restringimos de ir ao banheiro, principalmente quando estamos nos locais de coleta, por conta das luvas e do macacão e também do cuidado com o próximo que não estão tão protegidos”, relatou a enfermeira.

Com a pandemia, a rotina também mudou em casa. Ao chegar em sua residência, Sueli tira os sapatos, troca de roupa na lavanderia e higieniza as mãos com álcool em gel. “Não tenho contato físico com a minha filha, não conversamos até eu tomar um segundo banho”, disse a enfermeira emocionada, enfatizando que desde o início da pandemia não consegue se desligar dos plantões. “Nós não temos liberdade de chegar em casa e descansar, se você foge um pouco, ficávamos com a consciência pesada. Mas, com a vacina me sinto mais leve, com a certeza de que ainda não acabou, mas que estamos cada vez mais próximos desse dia”, finalizou.

Partilhando do mesmo sentimento de esperança, a profissional de saúde, Luceli Menão Brunikoski, 51 anos, foi a segunda a receber a vacina. “Eu estou muito emocionada, porque eu vi na vacina uma esperança, claro que os cuidados vão continuar, mas você saber que é uma das contempladas com aquilo que você esperou tanto, é um misto de sentimento”, comemorou Luceli,  que atua há seis anos na UPA.

Com receio de levar o vírus para dentro de casa, Luceli precisou diminuir a convivência com a sua mãe de 80 anos e redobrar os cuidados com os filhos e o seu esposo em casa. “Foi um dos momentos mais difíceis, porque minha mãe é idosa e não sabemos quanto tempo temos para conviver juntas, às vezes ela me liga e me diz para ir tomar café que está me esperando, estou ansiosa para que tudo isso acabe logo”, comentou e enfatizou a importância das pessoas entenderem a necessidade de respeitar o isolamento social, para não colocar em risco a vida dos profissionais de saúde.

Rodrigo, Sueli e Luceli foram os primeiros a receber a vacina contra a Covid-19, em Guarapuava – Foto:Douglas Kuspiosz/Correio

Depois das duas mulheres imunizadas simultaneamente, foi à vez do médico Rodrigo Lagos, de 35 anos, receber a vacina. O médico atua na saúde de Guarapuava há cinco anos e vem exercendo um importante papel no combate a pandemia. Além de trabalhar no Samu, com a logística de transferência de pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19 e com o atendimento domiciliar, o médico também atua na UTI Covid-19, no Hospital São Vicente de Paula.

Para ele receber a dose é um recomeço. “Perdemos muitos companheiros, sofremos e estamos sofrendo por muitas pessoas. É um alento porque sabemos que poucas pessoas vão ter que se afastar futuramente e ajudar quem está doente. Com a vacina, a tendência é voltar tudo mais rápido e que possamos sair desse período turbulento”.

Emocionado o médico também relatou que a vacina é uma mistura de sentimentos. “Eu queria que muitas pessoas que passaram por aquela UTI, que sofreram e que se foram, tivessem essa mesma oportunidade. Eu sinto alegria em saber que talvez eu possa não ter a doença e não sofrer como eles sofreram, para continuar ajudando mais pessoas e não passar por o que eles passaram, então por todos que morreram e sofreram, passaram internamentos longos de 30 a 40 dias de UTI e com ventilação mecânica, agora eu consigo sentir calma de saber que talvez e tão breve muitas pessoas não vão precisar passar por tudo que eles passaram”, concluiu o médico.

Texto: Secretaria de Comunicação (Secom) de Guarapuava

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