‘Temos que nos adaptar à realidade’, diz prefeito de Palmital
Com exclusividade ao CORREIO, Valdenei de Souza, o Ney, fala sobre a administração do município em meio à pandemia da covid-19; há um comitê gestor definindo as melhores ações de prevenção e controle da doença
A reportagem do CORREIO conversou, na última semana, com o prefeito de Palmital, Valdenei de Souza, o Ney, sobre as ações de enfrentamento ao novo coronavírus adotadas no município. No momento, todos os cinco casos confirmados da covid-19 estão recuperados – até esta segunda-feira (20 julho).
Assim como outras cidades da região, Palmital (a cerca de 135 quilômetros de Guarapuava) tomou medidas de prevenção e restrição antes de ter qualquer caso positivo.
De acordo com Ney, na área da educação, por exemplo, o município suspendeu as aulas presenciais antes mesmo do decreto estadual entrar em vigor.
“Palmital foi um dos primeiros municípios que dispensou as aulas antes das estaduais. Antecipamos quatro ou cinco dias o decreto do governador cancelando as aulas, e logo de imediato, por três semanas, foram mantidas as barreiras nas entradas e saídas do município, monitorando as pessoas e tomando as medidas que Brasil e o mundo estão tomando há alguns meses”, diz.
Na cidade com pouco mais de 13 mil habitantes, as decisões relacionadas à pandemia são tomadas por um comitê gestor. A ideia, segundo Valdenei, é ver o lado de vários segmentos da sociedade.
“Você não toma decisões sozinho, as decisões são em conjunto. A equipe médica dá o parecer e o comitê gestor toma as decisões, para ver o lado de todos”, destaca.
Uma das medidas adotadas foi a do fechamento do comércio logo no início da pandemia. Agora, já faz mais de dois meses que os estabelecimentos retornaram às atividades, seguindo as normas estabelecidas em decreto.
O chefe do Executivo diz que os empresários locais entenderam a situação tanto do fechamento, quanto das restrições impostas pela Prefeitura. Há toque de recolher das 21h às 5h, além de controle no horário de funcionamento e no número de pessoas por comércio. “Temos que nos adaptar à realidade e às recomendações médicas”.
FISCALIZAÇÃO
De acordo com o prefeito, para que as determinações sejam cumpridas, a cidade conta com o apoio de órgãos de segurança como a Polícia Civil e Militar, além da vigilância sanitária e da equipe de fiscalização municipal.
HOSPITAL
Uma das maiores reivindicações dos palmitalenses é a construção ou a reabertura do antigo hospital na cidade, que, segundo Valdenei, está fechado há oito anos.
“Hoje não existe uma viabilidade financeira para isso. Nós pegamos o município com um índice de folha acima dos 54%, quando o permitido é no máximo 51%”, justifica.
O gestor aponta que, apesar das dificuldades, o município está conseguindo atuar bem no setor de saúde. “Nós temos a unidade central que é um posto de saúde muito bem equipado e que hoje funciona melhor que o hospital quando funcionava. Temos bons funcionários, médicos e enfermeiros. Inauguramos dois postos de saúde, um na localidade da Água Quente e a unidade Meron Matchula. Só existia um posto, e hoje Palmital tem três”.
EDUCAÇÃO
Os alunos da rede municipal seguem estudando de forma remota através de apostilas desenvolvidas pelos professores, e retiradas pelos pais nas instituições de ensino.
“Os alunos estão conscientes de que não estão em férias, mas em isolamento social, assim, o fato de estarem em casa não impede que eles sigam estudando”, reitera.
Ney ressalta ainda a importância do professor neste período. “Os professores estão se dedicando muito mais do em sala de aula, por que estão criando alternativas, meios diferentes de ensinar”, finaliza.