Prudentópolis vive em situação de emergência devido à estiagem

Segundo dados da Secretaria de Agricultura, os maiores impactos foram nas safrinhas de grãos, horticultura, pecuária e leite; a safra do milho, por exemplo, teve cerca de 500 produtores afetados

A estiagem que impactou o Paraná neste ano já é considerada a maior desde que o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) iniciou seu funcionamento.

Em Prudentópolis (a cerca de 70 km de Guarapuava), foi declarada situação de emergência devido à falta de chuvas pelo decreto municipal nº 4.678. Com uma área de 2.236,579 km², as dificuldades aumentam.

“Como o município é muito extenso, nós não temos condições de levar água nas localidades, não temos estrutura para isso”, aponta a secretária de Agricultura, Dayanne Louise do Prado.

A estiagem é um inimigo antigo para a região. Os danos causados por ela são grandes, prejudicando agricultura, economia e desenvolvimento. “A estiagem veio mais devastadora para a agricultura do que a própria pandemia”, avalia a secretária.

SAFRA
Segundo dados da Secretaria de Agricultura de Prudentópolis, os maiores impactos foram nas safrinhas de grãos, horticultura, pecuária e leite. A safra do milho, por exemplo, teve cerca de 500 produtores atingidos, pois não houve crescimento da planta e nem formação das espigas

Já na safra do feijão, conhecida por ser a maior do Paraná, cerca de 2 mil agricultores foram afetados, e houve má formação da planta devido à falta de chuva. O morango também sofreu com a má formação.

No Norte do município, a safra do maracujá teve pouca produção, com cerca de 200 produtores do ramo impactados. No quesito de hortaliças e fruticultura, 180 agricultores foram afetados, pois a falta de umidade do solo causou a má formação das plantas.

Secretária de Agricultura, Dayanne Louise do Prado, em registro feito antes da pandemia (Foto: Divulgação/Assessoria)

GADO
A pecuária também foi atingida pela estiagem, já que dados do município apontam que 180 produtores rurais sentiram impactos.

Problemas nas pastagens fizeram com que o gado não gerasse leite suficiente. Também, acrescenta-se a falta de formação devida do milho, que alimenta os animais, e a escassez de água para o gado beber.

Quanto à pecuária de corte, a carência de água nas regiões contribuiu para que os bezerros que estão no desmame perdessem uma quantia significativa de peso.

Isso ocorreu em regiões em que precisam andar grandes distâncias para encontrar água. Ainda, a perda de pastagens dificultou o engorde e crescimento dos animais.

De acordo com a secretária, as últimas chuvas que caíram sobre a região foram positivas. "Se chover a quantidade prevista até quinta-feira, ameniza sim [a estiagem]", pontua.

MEDIDAS TOMADAS
O município já vem há alguns anos investindo em estrutura na tentativa de prevenir a estiagem, mas isso ainda não resolveu totalmente o problema.

“Estamos fazendo um trabalho de formiguinha, através de recuperação de nascentes nessas propriedades que têm condições de estar abastecendo, seja a residência ou seja a atividade ligada à lavoura, e também o tratamento aos animais”, explica Dayanne.

Entre 2018 e 2019, Prudentópolis investiu mais de R$ 550 mil na perfuração de poços artesianos e no fornecimento de água para aproximadamente cinco localidades rurais.

“Por ser ano eleitoral, não conseguimos fazer doação de sementes ou um adubo para melhorar o solo, então estamos trabalhando mais com as nascentes e em adquirir financiamentos do Estado”, aponta.

Em 2020, um novo projeto da Prefeitura, estimado em cerca de R$ 558 mil, foi lançado para atender mais localidades atingidas.