Em Pitanga, novos acesso às industriais vão impulsionar o desenvolvimento

Com 65% de execução, as vias marginais da PR-466 vão atender as mais de 20 empresas instaladas nos dois parques industriais na região, facilitando o acesso e o escoamento da produção. A expectativa é atrair novos investimentos

Novembro marcou a meta de 65% de andamento das obras das vias marginais da PR-466 em Pitanga, na região Central do Paraná. Elas darão acesso ao complexo de indústrias da região, separando o trânsito urbano das conexões dos caminhões de carga e dos ônibus dos funcionários. O investimento do Governo do Estado é de R$ 12,4 milhões e levará mais segurança para cerca de mil colaboradores.

A obra envolve pavimentação, drenagem com sarjeta no canteiro central, calçadas com piso tátil, ciclovias, meios-fios, abrigos de ônibus, defensas metálicas, sinalização vertical e horizontal, e quatro interseções em nível ao longo de 4,2 quilômetros – ao todo, com as duas margens, serão 8,4 quilômetros de novas pistas. As entrega das intervenções está prevista para junho de 2021.

“O Governo do Estado tem um olhar diferenciado para a infraestrutura. Estamos promovendo esses acessos como forma de facilitar o trânsito em Pitanga e melhorar o escoamento da PR-466, que é o ramal entre Campo Mourão e Guarapuava, uma conexão importante da região central”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Essa região central ficou desassistida por muitos anos. Estamos virando esse jogo e essa é a primeira parte de um projeto de modernização mais robusto”.

Segundo a Prefeitura de Pitanga, mais de 20 empresas já estão instaladas em dois parques industriais na região e serão diretamente beneficiadas. Elas trabalham com artefatos de concreto, reciclagem, transporte de cargas pesadas, incluindo também o mercado de veículos (oficinas, empresas de molas, retíficas e postos de gasolina) e carnes e grãos (abatedouros e agropecuárias cerealistas).

“Tínhamos esse parque industrial com dificuldade de acesso, problemas para escoar a produção. A obra aumenta a segurança do transporte em uma região que tem histórico de acidentes.”, afirma o prefeito do município, Maicol Callegari. “Também estamos abrindo oportunidades para novas empresas se instalarem, é uma visão otimista do futuro. Mesmo sem obras já houve atração com essa expectativa de crescimento, um exemplo é a Magazine Luiza, que anunciou recentemente o começo da atuação no município”.

DESENVOLVIMENTO

A obra será importante para atender uma reivindicação antiga do município por mais segurança rodoviária. É uma região com alto índice de acidentes porque os atuais trevos são primários e não comportam o excedente de tráfego. A intervenção também ajudará Pitanga a acelerar a resolução de um gargalo social. O município está inserido em um contexto de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deficitário em relação ao Paraná.

“Na região, 30% da população depende do Bolsa Família e 60% das famílias têm Cadastro Único. Em Pitanga os índices são de 24% e 56%, respectivamente. É um município com renda per capita baixa, que depende de mais investimentos para conseguir avançar mais rapidamente”, afirma o prefeito. “São 8 mil pessoas que vivem ancoradas em programas sociais. Os jovens vão embora e a cidade começa a envelhecer. Com novas empresas conseguimos reverter essa realidade”.

“É uma obra que vai ajudar a melhorar a infraestrutura para as empresas do parque industrial e possibilita crescimento econômico para um município que precisa muito atrair novas indústrias para melhorar as condições de vida”, acrescenta o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pitanga, Adair Hey. “Pitanga é a terceira maior bacia leiteira do Estado, mas ainda falta alavancar o progresso, dar um salto, acelerar a agroindustrialização e a diversificação. Com infraestrutura os empresários têm mais confiança para investir”.

Obra de implantação do acesso às indústrias de Pitanga. São construídas marginais em um trecho de 4,2 quilômetros da PR-466, perto do posto da Polícia Rodoviária Estadual, o projeto prevê pistas paralelas à rodovia em ambos os sentidos, totalizando 8,4 quilômetros de extensão. – Foto: Geraldo Bubniak/AEN

OBRAS 

O projeto executivo foi contratado pela Prefeitura de Pitanga, que também é responsável pelas desapropriações. As obras em si começaram em outubro de 2018 e atingiram 65% no mês passado. A parte de terraplanagem já alcançou 90% e 2020 ainda reserva a implementação da capa asfáltica em alguns trechos. São 72 funcionários trabalhando diariamente em mais de 50 equipamentos na obra.

Também serão construídas ou melhoradas quatro interseções em nível: uma no posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE); no acesso à Pitanga; em frente à C.Vale; e na continuidade do primeiro acesso já existente, de quem segue de Guarapuava a Campo Mourão.

O primeiro trevo, que também dá acesso à sede da Faculdades do Centro do Paraná (UPC) será modernizado e reequilibrado. A marginal no sentido a Guarapuava começa logo nessa primeira conexão com a interseção. No sentido oposto a saída será um pouco mais à frente, depois da PRE. O segundo trevo fará a conexão com a Rua Alexandre Buchman, próximo ao Parque do Lago, e também envolve a revitalização. As outras duas interseções são conexões novas.

As pistas, do modelo simples, terão quatro metros de largura em casa sentido, além de 34 centímetros entre a base e o CBUQ (camada asfáltica), capaz de suportar trânsito de caminhões com vários eixos. As calçadas e ciclovias terão 1,5 metro de largura cada. Entre as estruturas para veículos motorizados e pedestres/ciclistas haverá grama para controle da erosão. A velocidade padrão será de 60 km/h.

Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a obra tem um compromisso com a geração de qualidade de vida no município. Ela atende requisitos da Organização das Nações Unidas (ONU) para acessibilidade, uso responsável do solo e transporte alternativo. “É uma obra completa, com tudo aquilo que o município precisa para ganhar velocidade para crescer. Estamos estimulando boas práticas e gerando segurança”, acrescenta.

OUTRAS OBRAS

O Governo do Estado também financiou outras obras em Pitanga. Estão em execução convênios de pavimentação urbana (R$ 4,3 milhões), um Meu Campinho (R$ 348 mil) e a revitalização da Rua Alexandre Buchmann (R$ 716 mil). Também foram liberados recursos para a ampliação e reforma da Unidade Básica de Saúde Jardim Maristela e a construção da UBS Barra Bonita, facilitando o acesso à saúde primária, e a construção de um parque linear para ajudar na contenção de cheias e na ocupação urbana. Os auxílios envolvem, ainda, um parque infantil, veículos e uma máquina para pintura de vias municipais.

Região Central receberá diversas modernizações rodoviária

Pitanga está no Centro da remodelação do “eixo estruturante” de rodovias em desenvolvimento pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR). Entre as iniciativas estão a duplicação e restauração da PRC-466 entre Guarapuava e Turvo e o projeto de ampliação da capacidade da PRC-466 entre Turvo e Pitanga; além de projetos de restauração e ampliação da capacidade das rodovias entre Pitanga e Mauá da Serra (passando por Manoel Ribas e Ivaiporã), e entre Pitanga e Campo Mourão, favorecendo a conexão com a Coamo, maior cooperativa da América Latina.

Dessas obras, a revitalização do trecho Guarapuava-Turvo é a que tem os trâmites mais adiantados, com contrato assinado. O início depende apenas da ordem de serviço. O DER-PR também já publicou o edital de licitação para contratar a empresa que vai elaborar o projeto de engenharia da restauração e ampliação da capacidade entre Pitanga e Turvo. O trecho tem extensão de 45,5 quilômetros e inicia na PR-460, a aproximadamente um quilômetro do entroncamento com a PR-239, em Pitanga, e termina no início do perímetro urbano de Turvo.

A região Central do Estado também é contemplada com a pavimentação histórica entre Pitanga e Mato Rico. As obras vão recomeçar nos próximos dias, após a resolução de entraves burocráticos, e a expectativa é de novo ritmo em 2021. O asfalto que conecta Mato Rico de maneira definitiva ao século 21 está estimado em R$ 89,4 milhões e será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Outra revitalização importante para a região acontecerá no perímetro urbano de Guarapuava, na BR-277. As obras serão realizadas em uma extensão de 3,6 quilômetros, resultando em duplicação e acostamentos. A intervenção contempla a implantação de uma trincheira entre a Rua João Fortkamp e a Rua Campo Grande; a duplicação do viaduto no entroncamento com a PRC-466 e, ainda, a adequação de suas alças de acesso; três pontes no km 345,5; um viaduto conectando a Avenida Professor Pedro Carlo e a Avenida Beira Rio; uma trincheira para acesso ao aeroporto municipal; duas passarelas; e a implantação de iluminação pública em uma extensão de 12,2 quilômetros.

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