Procura por botijões de gás gera demanda incomum em Guarapuava
Nas últimas semanas, muitos moradores correram às revendedoras para estocar unidades do produto, o que causou um aumento incomum em sua procura. Ao CORREIO, duas revendedoras negaram risco de desabastecimento na cidade
As últimas semanas foram marcadas por mudanças de hábitos comuns nos guarapuavanos, devido à incerteza dos impactos do novo coronavírus no município. Fechamento do comércio e a (possível) falta de alguns produtos são pontos de constante preocupação.
Entre eles, naturalmente, está o gás de cozinha, que vem tendo dificuldades de distribuição em vários lugares do Brasil por conta da procura incomum nesta época do ano.
Ao CORREIO, o funcionário de uma revendedora da Ultragaz no bairro Bonsucesso afirma que está ocorrendo um racionamento na entrega dos botijões. “Tanto a companhia quanto a Petrobras estão mandando aos poucos. Se eram 500, mandam 100”, citando que com esse volume “dá pra trabalhar um, dois dias, e daí fecha”.
É prevista a chegada de uma carga nesta quarta-feira (1° abril), o que deve garantir momentaneamente as vendas na empresa. “Hoje [quarta] e amanhã [quinta] tem, mas pra sexta-feira já vai acabar”, explicando que a empresa trabalha com transportadora, e não transporte próprio.
O funcionário relata que a revendedora está atendendo normalmente enquanto há gás de cozinha para vender. Inclusive, é justamente esse produto, o chamado GLP 13, que está com maiores dificuldades no momento.
Mesmo nesse contexto, a famosa “terra do lobo bravo” está sendo abastecida com o produto, então não há previsão de falta por muitos dias. “Está vindo aos poucos. Não vai acontecer de ficar uma semana sem”.
LIQUIGÁS
Em entrevista ao CORREIO, Fabiana de Matos Gemignani, proprietária da Álvaro Gás, revendedora da Liquigás, explica que muitos guarapuavanos começaram a comprar gás de cozinha para estocar nas últimas semanas.
“Houve um aumento na demanda para esta época do ano, e a Petrobras não conseguiu entregar nem aquilo que era o normal”, citando uma demora maior para o carregamento de botijões. “Empresas que têm um estoque menor foram as que primeiro sentiram”, relata.
A proprietária afirma que sua empresa não teve falta de gás nesse período, mas que a situação ainda não está normalizada. “Meu caminhão que vai carregar em Araucária fica dois, três dias”.
Segundo Fabiana, os guarapuavanos não devem se preocupar com um possível desabastecimento de gás no município, já que as dificuldades são momentâneas e ocorreram devido à procura incomum.
Além disso, a recomendação é que os consumidores procurem apenas revendedoras autorizadas para adquirir o produto.
BRASIL
A Petrobras informou que está reforçando o abastecimento do gás liquefeito de petróleo (GLP), através de compras adicionais já efetuadas dentro do seu programa de importação.
As importações adicionais se somarão às produções atuais das refinarias da região Sudeste, com a chegada de três navios no porto de Santos, o primeiro na segunda-feira (30) e os outros dois, nos dias 6 e 10 de abril.
Segundo a Petrobras, cada navio tem capacidade adicional de 20 milhões de quilos de GLP, equivalente a 1,6 milhão de botijões de 13 quilos.
Nos últimos dias, houve uma corrida às distribuidoras para estocar botijões de gás de cozinha. De acordo com a companhia, “não há qualquer necessidade de estocar GLP neste momento, pois não haverá falta de produto para abastecer a população”.