Em outubro, cesta básica em Guarapuava confirma tendência de alta

Os grupos de produtos que puxaram a alta dos preços em outubro/2020 foram alguns produtos de hortifrúti, registrando um aumento médio de 21,73%, com destaque para o preço da batata que apresentou um aumento médio de 41,80% e do tomate com 27,71%

O mês de outubro confirma uma tendência de alta da cesta básica de alimentos em Guarapuava; mas com taxas decrescentes. Esta é a conclusão feita pelo Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe) do Departamento de Ciências Econômicas (Decon) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Composta por 13 itens, conforme metodologia do Dieese, o valor da Cesta Básica de Alimentos de Guarapuava (CBAG), apresentou no mês de setembro/2020 uma alta de 4,28% representando um aumento menor se comparado com o valor do mês de setembro/2020 que foi de 5,27%.

Mas, em outubro/2020, a cesta para uma pessoa adulta totalizou R$ 474,43 em Guarapuava, representando um aumento nominal de R$ 19,46 se comparado com o valor da CBAG de setembro/2020 que foi de R$ 454,97.

Segundo a economista voluntária do Nepe/Decon/Unicentro, Luci Nychai, os grupos de produtos que puxaram a alta dos preços da CBAG em outubro/2020 foram alguns de hortifrúti, registrando um aumento médio de 21,73%, com destaque para o preço da batata que apresentou um aumento médio de 41,80% e do tomate com 27,71%.

O preço do óleo de soja, também confirmou, em outubro, sua tendência de alta na ordem de 18,71%. Neste grupo também se somam os grãos, que apesar de apresentar um aumento menor se comparado ao mês anterior, continuou subindo na ordem 2,31%, a exemplo do arroz (3,40%) e do feijão (2,98%). A boa notícia veio dos derivados do leite que apresentaram uma queda média nos preços de -8,15%.

Nychai também aponta que o preço da batata registrou forte alta se comparado a setembro. Na primeira quinzena de outubro o valor médio do tubérculo tipo especial lavado foi de R$ 96,27/sc60kg, representando um aumento de 76% acima do registrado em setembro. Em setembro, a oferta da batata era maior devido pico da colheita da safra de inverno. Além disso, as colheitas foram aceleradas pelas altas temperaturas e falta de chuvas.

Já em outubro, a oferta diminuiu devido à desaceleração da colheita da safra de inverno, principalmente em São Paulo. Para novembro, a perspectiva é de que a oferta se mantenha reduzida. Além do que, o La Niña pode reduzir os volumes de chuva na região Sul afetando o plantio/desenvolvimento das lavouras da safra das águas de 2020/21.

Portanto, a batata frita vai continuar pesando no bolso do consumidor. No caso do tomate a tendência é a manutenção de preços elevados devido aos fatores climáticos que afetam a produção do produto.

Em outubro/2020, a cesta para uma pessoa adulta totalizou R$ 474,43 em Guarapuava (Foto: Ilustrativa/EBC)

ACUMULADO
No acumulado de janeiro a outubro/2020, o valor da CBAG apresentou uma alta de 26,53% representando uma inflação alimentos 9,70% maior se comparado com o mesmo período de 2019 cujo aumento da CBAG foi de 16,82%.

Considerando a alta acumulado de janeiro a outubro/2020, os produtos que puxaram a inflação da CBAG para cima no período de janeiro a outubro/2020 foram respectivamente, o óleo de soja (73,45%), a banana (74,57%), o tomate (59,75%), o arroz (55,93%), o feijão (52,64%) a carne (37,06%) e o leite (36,72%).

PANDEMIA
Em 2020, segundo o estudo, o aumento do valor da CBAG foi impactado pela pandemia de covid-19, a qual potencializou a influência de fatores como aumento do consumo, aumento dos custos de produção puxado pelo aumento do preço dos combustíveis e de insumos importados devido à desvalorização do Real frente ao Dólar, problemas climáticos e aumento das exportações continuando impactando sobre os aumentos dos preços dos alimentos da cesta básica, principalmente para as famílias de baixa renda.

SALÁRIO
Considerando o gasto com alimentação, no mês de setembro/2020, o salário mínimo necessário (SMN) em Guarapuava para fazer frente às necessidades de gastos com mensais de vestuário, despesas pessoais, educação, transporte, habitação, comunicação, saúde, cuidados pessoais e artigos de residência, precisava ser de R$ 4.250,68.

No mês de outubro/2020, a CBAG comprometeu 45,36% do salário mínimo, o que equivale a 99,78 horas de trabalho mensal para custear a sua alimentação básica. Considerando o rendimento real efetivo médio recebido pelos trabalhadores paranaenses em setembro no valor de R$ 2.335,00 (Pnad-Covid-IBGE) infere-se que a alimentação comprometeu 20,32% do orçamento do trabalhador.

*********Com informações de assessoria

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