Profissionais do setor de eventos promovem manifestação em Guarapuava
Os trabalhadores desse ramo reivindicavam seus direitos frente o impacto econômico por conta da pandemia do coronavírus. Por meio de nota, Prefeitura diz que serão disponibilizadas formas de acesso a linhas de crédito, com juros zero, e outras ações
Profissionais do setor de eventos de Guarapuava promoveram uma "manifestação silenciosa" na tarde desta quinta-feira (16 julho), na praça em frente à Prefeitura. Cerca de 30 pessoas participaram do ato, conforme contagem da reportagem.
Munidos de cartazes, balões e vestimentas na cor preta, os integrantes do grupo pediram (silenciosamente) uma resposta à administração municipal para a situação dos trabalhadores desse setor, impactados pelo cenário de pandemia do novo coronavírus.
Segundo uma das organizadoras do movimento "Juntos pelo Eventos-Guarapuava" (que conta com 146 integrantes), a cerimonialista Graciele Gomes (35 anos), eles entendem a necessidade de medidas para prevenção do vírus, mas querem respostas. "Nós gostaríamos de ter uma resposta sobre auxílio financeiro (já que não podemos trabalhar), e como nós precisamos agir a partir do momento da retomada, se há previsão disso acontecer para que possamos acalentar nossos clientes", aponta.
Parados desde março, portanto, sem salário, os profissionais já entraram em contato com a Prefeitura, através de reuniões. Também já encaminharam um documento com propostas, como auxílio e outras medidas para ajudar quem teve de parar de trabalhar.
Mas não é só isso. Segundo Andreia Berni Vizzoto (48 anos), que é proprietária de um buffet infantil, fechado desde março, é preciso um treinamento, ou melhor, recomendações antes da retomada dos eventos na cidade. "Uma festa não se faz de um dia para outro, eles poderiam mandar um protocolo de como atender os clientes, de como vão ser as festas. Se a gente tiver que fazer um curso, temos que fazer antes de abrir, não depois", salienta.

SEM RENDA
Grande parte dos profissionais, como decoradores, cerimonialistas, DJs, planejadores, e outros agentes, tem o evento como a única fonte de renda. Portanto, desde o início da pandemia, tiveram uma queda brusca financeiramente. Sem contar os profissionais de caráter informal ou temporário, como é o caso do pessoal da limpeza, garçons, monitores, entre outros.
"O pessoal que trabalha comigo está totalmente sem renda e precisam, pois uma festa envolve pelo menos de oito a nove pessoas", aponta Andreia.
PREFEITURA
Com o encerramento do ato, a Prefeitura pediu para que fosse protocolado um documento a ser encaminhado ao prefeito sobre as reivindicações.
NOTA
Logo depois, a administração municipal se manifestou por meio de nota encaminhada à reportagem.
A informação é de que o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação recebeu representantes dos manifestantes para ouvir as demandas e ficou estabelecido um novo encontro para acolher sugestões de medidas de auxílio ao setor.
“O Município é sensível às necessidades dos trabalhadores e empresários do ramo de eventos afetados economicamente pela pandemia e tem buscado meios de apoiar a área. Nos próximos dias serão disponibilizadas formas de acesso a linhas de crédito, com juros zero, e outras ações de incentivo ao setor”, diz o texto.
"Reitere-se que todas as medidas tomadas respeitam as recomendações de autoridades internacionais, estaduais e municipais de saúde para prevenção da disseminação da Covid-19, e isso será mantido até que surjam novas orientações a respeito do assunto que garantam retorno seguro das atividades", finaliza a nota.