Presidente do Sindicato Rural vê ‘modificações interessantes’ no Plano Safra
Procurado pelo CORREIO, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, avalia que o plano teve algumas modificações interessantes. Contudo, sobretudo em relação às taxas de juros, os produtores esperam melhores condições
Lançado há pouco mais de um mês, o Plano Safra 2020/2021 contará com um montante de mais de R$ 236 bilhões em crédito para apoiar a produção agropecuária do Brasil.
Em comparação com o volume do ano anterior, houve um aumento de R$ 13,5 bilhões – totalizando uma elevação 6,1%.
Procurado pelo CORREIO, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, avalia que o plano teve algumas modificações interessantes. Porém, sobretudo em relação às taxas de juros, os produtores esperam melhores condições.
“A principal mudança que teve no Plano Safra é que cada vez está se dando mais ênfase ao seguro rural. Está melhorando a cobertura”, pontuando que, na região da “terra do lobo bravo”, cujo clima é mais estável, “sempre achava que o seguro era caro porque pouca gente faz, e pouca gente faz seguro porque é caro”.
Nesse sentido, Botelho explica que o governo federal tem trabalhado para evoluir nesse aspecto das coberturas rurais, atuando junto de empresas e resseguradoras para levar uma oferta melhor e mais competitiva para o campo.
Já em relação ao total de crédito que foi anunciado, o presidente do Sindicato Rural vê que está dentro do esperado pelos produtores.
“Mas, o que chamou atenção é que as entidades estavam pedindo juros mais compatível com a taxa básica de juros, e nossa taxa tem caído mês a mês”, citando que se esperavam condições de financiamento “mais compatíveis com a realidade atual”.
Em contrapartida, há um entendimento que a pandemia do novo coronavírus acabou afetando as contas públicas e o direcionamento dos recursos federais.
“Está mais baixa que no ano passado, mas a taxa básica brasileira também caiu muito”, ressalta Botelho. “A linha mais cara de custeio agrícola para grandes produtores é de 6%. A gente acha que poderia ser um pouquinho melhor”.
PLANO
Durante o lançamento do Plano Safra, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que do total disponibilizado, R$ 179,4 bilhões são para custeio e R$ 57 bilhões para investimentos em diversos setores produtivos. “São valores que foram corrigidos muito acima da inflação do período", destacou.
Do total do Plano Safra, os pequenos produtores rurais terão R$ 33 bilhões para financiamento no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 2,75% e 4% ao ano para custeio e comercialização.
Para os médios produtores rurais, serão destinados R$ 33,1 bilhões, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), com taxas de juros de 5% ao ano, mais de R$ 6,6 bilhões a mais do que no ano passado. Para os grandes produtores, a taxa de juros será de 6% ao ano.