Chuvas atingem produção de hortaliças em Guarapuava

Com cerca de 254 mm acumulados em janeiro, as fortes chuvas, segundo o presidente da Aprofeg, Valdir Pazinato, fizeram com que o campo perdesse mais de 50% da produção de verduras e legumes

As fortes chuvas das últimas duas semanas trouxeram prejuízos para os produtores de hortaliças de Guarapuava.

Segundo o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, a grande perda de legumes e verduras mostra que ainda é preciso mais incentivos para o desenvolvimento dessas culturas.

“Em conversa com os produtores de hortaliças, eles nos relataram que a perda, principalmente das folhosas, é bastante grande, porque nem todos estão preparados com estufas, por exemplo”, avalia.

Foto: Lucas Herdt

Itacir ressalta que, se o produtor do campo tiver perda de produção, isso acaba refletindo na mesa do consumidor final, pois encarece os produtos. “Todas essas perdas na lavoura refletem lá no final para o consumidor, pois é ele que vai pagar mais caro e muito não vai chegar com qualidade”, reitera. 

IMPACTO

O presidente da Associação dos Produtores Feirantes de Guarapuava (Aprofeg), Valdir Pazinato, afirma que o grande volume de chuvas no mês de janeiro, cerca de 254 mm, afetou também a diversidade e a quantidade das hortaliças oferecidas para o cliente.

“As fortes chuvas das últimas semanas tiveram um impacto grande nas hortaliças. A variedade de produtos hoje está bem baixa, mas acredito que daqui para frente muito já vai se normalizar na nossa região”, destaca.

Valdir compartilha da mesma visão do secretário: muito se perde no campo pela falta de infraestrutura para os produtores. “A grande perda se dá, justamente, porque a maioria dos produtores não têm estufas, tudo é feito direto no campo. Aí as hortaliças apodrecem, você não consegue plantar e colher. E, se você colhe o produto úmido, logo ele estraga”, diz. 

Pazinato salienta que o prejuízo causado pelo tempo chuvoso foi grande e que o cliente precisa entender o esforço feito no campo para a chegada das hortaliças até a cidade.

“Na minha comunidade, onde eu, meus irmãos e outras pessoas trabalham, tivemos uma perda de mais de 50% da produção. Essa está sendo a realidade de muitos. E esse reflexo vai parar na mesa do cliente, tanto pela falta do produto quanto pelo preço também”, lembra.

O presidente da Aprofeg explica que há na instituição mais de 150 associados, entre produtores e artesãos.  Desse modo, a cidade tem um espaço para todos e um potencial de crescimento para as feiras, mas ainda faltam produtos para suprir toda a necessidade.

PRODUTORA

Rosangela da Luz Geremias (39 anos) é produtora rural e traz do campo suas hortaliças para vender nas feiras de Guarapuava. “Está sendo difícil para nós, porque a gente perdeu bastante da nossa produção, muitas hortaliças apodreceram na horta mesmo. Desse jeito, a gente não tem mais tanta variedade e isso interfere diretamente para o cliente”, relata a produtora. “A partir de agora, a gente tem que erguer a cabeça e não parar, porque nós da lavoura dependemos muito do tempo. Por mais que tenhamos prejuízos, temos que continuar plantando, não dá para parar.”

*****Lucas Herdt, especial para CORREIO

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