Áreas de soja e milho devem crescer pouco na região de Guarapuava

Em entrevista ao CORREIO, o técnico do Deral, Dirlei Antônio Manfio, afirma que a estimativa é que a safra de soja tenha 289 mil hectares na região, contra 287 mil hectares de 2019; produtividade deve ficar na casa de 3,9 mil kg por hectare

As perspectivas para a safra 2020/2121 na região de Guarapuava, segundo informações do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), são otimistas. Na verdade, espera-se um desempenho semelhante ao do ano passado.

Essa avaliação foi repassada ao CORREIO pelo técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), Dirlei Antonio Manfio, que cita uma área de 289 mil hectares de soja na região de Guarapuava – que abrange os municípios de Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Foz do Jordão, Goioxim, Pinhão, Prudentópolis, Reserva do Iguaçu e Turvo.

De acordo com a primeira estimativa, a produtividade deve ficar na casa dos 3,9 mil kg por hectare – na safra passada, a média ficou em 3,8 mil, com uma área de 287 mil hectares.

Essa pequena evolução também é percebida na área de milho, que deve sair de 53 mil hectares, em 2019, para quase 54,8 mil hectares. A produtividade deve aumentar, chegando a 10,8 mil kg hectares.

“O produtor está tecnificado, usando equipamentos cada vez mais sofisticados… e se o clima ajudar, é possível colher isso aí”, diz Manfio.

FEIJÃO
Na área de abrangência do Núcleo Regional de Guarapuava, a maior parte do feijão é produzido em Prudentópolis, tendo 11 dos 15,3 mil hectares estimados para esta safra.

O técnico do Deral explica que houve uma redução se comparado com o plantio passado, cuja área foi mensurada em 16,2 mil. A produtividade deve ficar em 2 mil kg por hectare.

“Aqui na nossa região os produtores plantam mais na segunda safra. Eles plantam soja, plantam milho, colhem, e depois plantam feijão”, explica.

BATATA
A produção de batata, mesmo com os bons preços, tem custo muito alto e não deve ser superior a 2,5 mil hectares na primeira safra. É esperada uma produtividade de 38 a 40 mil kg por hectare, sendo uma das mais altas do Paraná.

INVERNO
A “terra do lobo bravo” é famosa pelo bom desempenho nos chamados grãos de inverno, sobretudo na cevada e no trigo.

Inclusive, neste ano foi observado um aumento de cerca de 14% na área de cevada na região de Guarapuava, com um montante de 37,5 mil hectares. Em termos comparativos, a região de Ponta Grossa, em segundo lugar, acumula 17 mil hectares.

GEADAS
De acordo com Manfio, as geadas da última semana não chegaram a afetar significativamente as lavouras dos grãos, que estão em desenvolvimento vegetativo. Portanto, as expectativas continuam boas para a safra de inverno.

“O único medo que nós temos, que pode afetar, é na época da colheita, entre outubro e novembro. O excesso de chuva pode prejudicar a qualidade do produto. Mas isso é uma loteria”, finaliza.